«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.» (João 14,6)
INTRODUÇÃO: UM ENCONTRO COM A LUZ DA VERDADE
Converter-se do Islã ao cristianismo católico não é apenas mudar de religião, mas uma profunda transformação espiritual que toca o ser humano em sua essência. É a passagem da sombra da lei para a plenitude da graça, de um Deus distante e transcendente para um Deus que se fez carne, caminhou entre nós e deu a vida por amor. Esse caminho, embora difícil, é cheio de luz, esperança e salvação.
Num mundo marcado pelo relativismo e pela confusão espiritual, é urgente redescobrir a beleza da fé católica e compreender por que ela representa a revelação definitiva de Deus à humanidade. Neste artigo, exploraremos em profundidade o caminho do Islã à Cruz: sua história, seu fundamento teológico, sua urgência pastoral e, sobretudo, como viver essa verdade no cotidiano. Não se trata de atacar, mas de iluminar e testemunhar a Verdade feita carne: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
I. UM OLHAR HISTÓRICO: DUAS RELIGIÕES E A MESMA SEDE DE VERDADE
1. O Islã: um monoteísmo sem encarnação
O Islã surgiu no século VII d.C., na península Arábica, por meio da pregação de Maomé, com uma forte afirmação do monoteísmo. Em sua teologia, Alá é único, transcendente, totalmente outro, e sua vontade é expressa no Corão, considerado inalterável. Não há encarnação, não há Cruz, não há redenção. Jesus (Issa) é profeta, mas não é o Filho de Deus.
2. O Cristianismo: o Deus que se fez carne
Desde o início, o cristianismo anunciou que Deus, por amor, entrou na história por meio de Jesus Cristo. Ele não apenas falou em nome de Deus — Ele é Deus. Morreu na cruz para nos redimir do pecado e ressuscitou para nos dar a vida eterna. A fé católica não é um conjunto de regras, mas um encontro vivo com um Deus que ama até o extremo.
«E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.» (João 1,14)
Eis a primeira grande diferença: o cristianismo é a religião do Amor encarnado; o Islã é a religião da submissão a uma vontade superior. Essa diferença não é secundária: é o coração da nossa fé.
II. ARGUMENTOS TEOLÓGICOS E APOLOGÉTICOS: POR QUE A FÉ CATÓLICA É A PLENITUDE
1. A revelação plena e definitiva em Cristo
O Catecismo da Igreja Católica ensina: «Dando-nos seu Filho, que é sua única Palavra, Deus nos disse tudo de uma vez e não tem mais nada a dizer» (CIC §65). Enquanto o Islã sustenta que o Corão é a última palavra divina, os cristãos creem que o próprio Cristo é a Palavra eterna do Pai.
Cristo não trouxe apenas uma mensagem: Ele é a mensagem. Tudo o que o coração humano deseja — justiça, misericórdia, paz, perdão — se encontra n’Ele. Suas palavras não são meros ensinamentos proféticos, mas autoridade divina: «Eu, porém, vos digo…» (Mateus 5,22), além de Moisés e de todos os profetas.
2. A Santíssima Trindade: mistério do amor eterno
Um dos principais obstáculos para os muçulmanos é o dogma da Trindade, considerado incompatível com o monoteísmo. Mas o cristianismo não nega a unicidade de Deus. Pelo contrário: a enriquece na verdade. Deus é um em essência, mas três em pessoas. Esse mistério não é absurdo, mas sublime: Deus é comunhão de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não há amor sem relação.
«Deus é amor.» (1 João 4,8)
Essa frase, incompreensível para o Islã, é o coração da nossa fé.
3. O problema do pecado e da graça
O Islã ensina que o homem pode conquistar o favor divino por meio das obras. Mas a revelação mostra que o pecado nos separa radicalmente de Deus e que só a graça — o dom imerecido de Deus — pode nos salvar. Aqui, a Cruz se torna central: Cristo levou sobre si nossos pecados, pagou o preço que não poderíamos pagar.
«Ele foi traspassado por causa de nossas transgressões… e pelas suas feridas fomos curados.» (Isaías 53,5)
III. TESTEMUNHOS VIVOS: DO CRESCENTE À CRUZ
Ao longo dos séculos, muitos homens e mulheres fizeram esse salto de fé. Os Abdallah se tornaram Antônio, as Fátima se tornaram Maria. Pessoas tocadas pelo rosto de Cristo por meio do estudo, da oração ou do encontro com a caridade cristã.
Muitos testemunhos compartilham um elemento central: o rosto de Cristo. Sua misericórdia, a capacidade de perdoar até os inimigos, sua humildade na cruz — tudo isso não se explica apenas humanamente.
IV. APLICAÇÃO PASTORAL: UM GUIA PARA ACOMPANHAR E ACOLHER A VERDADE
1. Para os católicos: como acolher quem está em busca
- Reze com respeito e amor pelos muçulmanos. Eles não são inimigos, mas irmãos também chamados à verdade.
- Conheça sua fé. Não se pode dar o que não se tem. Estude o Catecismo, a Bíblia, a história da Igreja.
- Testemunhe com a vida. A caridade e a alegria dos cristãos falam mais que mil discursos.
2. Para o muçulmano em busca: por onde começar?
Primeiro passo: rezar sinceramente
Dirija-se a Deus com o coração aberto: «Se Tu és o Deus de Jesus, revela-te a mim.» Deus não se esconde de quem o busca com sinceridade.
Segundo passo: ler os Evangelhos
Comece pelo Evangelho de Marcos ou João. Deixe que a figura de Jesus fale ao seu coração.
Terceiro passo: meditar sobre a Cruz
Por que Deus permitiria uma morte tão horrível? Porque não era apenas um profeta: era o Redentor.
Quarto passo: aproximar-se da Igreja
Encontre uma comunidade católica que possa acolhê-lo com respeito, paciência e verdade.
Quinto passo: liberdade interior no caminho da fé
A fé não se impõe; ela se propõe. O Espírito Santo age com delicadeza e verdade.
V. OS DESAFIOS E O CUSTO DA CONVERSÃO
Não escondemos: para um muçulmano, abraçar a Cruz pode significar perseguição, rejeição familiar, perigo físico e grande sofrimento interior. Mas é também fonte de extraordinária graça. A Igreja honra muito os convertidos, especialmente os mártires que deram a vida por Cristo.
«Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará.» (Marcos 8,35)
O testemunho desses novos cristãos fortalece toda a Igreja e se torna semente de novas conversões.
VI. CONCLUSÃO: A CRUZ, PORTA DA VIDA
Cristo não veio anular o desejo humano pela verdade, mas levá-lo à plenitude. Ele não veio destruir, mas completar. Muitos elementos do Islã — o temor de Deus, a oração, o jejum, a modéstia — são sementes de verdade. Mas somente em Cristo essas sementes florescem plenamente.
Quem deixa o crescente para abraçar a Cruz, não deixa Deus: encontra-O em sua plenitude.
ORAÇÃO FINAL PARA QUEM BUSCA CRISTO A PARTIR DO ISLÃ
Senhor Jesus,
verdadeira luz que ilumina todo homem,
mostra-me o teu rosto.
Ensina-me a verdade da tua Cruz.
Ajuda-me a te conhecer,
a te amar e a te seguir.
Mesmo que eu perca tudo,
dá-me a graça de abraçar teu amor
e viver como filho de Deus.
Amém.